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Minicursos

1. As mutações do corpo em práticas pedagógicas para professores e educadores - Fernanda Roberta Lemos Silva e Henrique Leonardo Dutra - Unicamp - Local: sala ED03 - Faculdade de Educação
O minicurso tem como objetivo apresentar algumas práticas e vivências que sistematizam a relação entre corpo e a prática docente contrapondo-se às práticas pedagógicas tradicionais baseadas nos paradigmas científicos positivistas da educação. Buscaremos colaborar com a discussão sobre o lugar do corpo no ensino-aprendizagem, campo este pouco valorizado e oferecido insuficientemente no âmbito da formação inicial e continuada de professores e educadores. Como objetivos específicos, o minicurso pretende promover um espaço de experimentação e de práticas corporais para docentes; ampliar o repertório dos docentes acerca de práticas corporais para a sala de aula; estabelecer o diálogo entre o corpo e diferentes linguagens no âmbito das artes da cena, artes corporais e da música (4) possibilitar que os participantes um espaço de experimentação do corpo e possam relacioná-lo com suas práticas docentes em diferentes territórios e contextos de educação formal e não formal.

2. Blocos de infância, as micropolíticas na educação infantil - Peterson Rigato da Silva, Giovani Cammarotae César Donizetti Pereira Leite - UNESP- Rio Claro - Local: sala ED01 - Faculdade de Educação
A proposta é exercitar com o conceito de blocos de infância, inspirados na filosofia das diferenças de Gilles Deleuze, numa perspectiva do olhar para os espaços/tempos na pequena infância e pensar sensibilidades das professoras e dos professores em relação às micropolíticas produzidas nas relações entre e com as crianças pequenininhas e pequenas. Inspirados pelo poema de Paulo Leminski, perguntamos o que acontece no mínimo do máximo, na minoridade – ou minimalidade - que habita mesmo os espaços mais delineados. Que dissonâncias com relação ao esperado se efetuam? Que efeitos uma política do mínimo traz para pensar a pequena infância? Desdobrando tais questões, propomos colocar em jogo a problematização do processo de construção das culturas infantis e da produção de um currículo construído no chão da educação infantil e demarcado por um processo inventivo que se constitui por diferentes movimentos em que as produções marcam um mapa de intensidades, um lance que tange o que não se captura no cotidiano infantil.

3. Tecendo olhares: o despertar da narrativa - Maria Lucia Neves - contadora de história - Local: sala ED02 - Faculdade de Educação
Sou contadora de histórias há 23 anos. Realizar oficinas e minicursos é o que mais me encanta, porque é a maneira que tenho de conhecer, me aproximar de pessoas e trocar experiências de uma forma mais íntima e afetiva. O que eu descobri com estes encontros é que somos todos contadores de histórias, desde que aprendemos a falar. Saber disso desmistifica a prática, mas, desenvolver esta habilidade amplia o pensamento, enriquece o universo imaginário e nos transforma como seres humanos. Esta habilidade pode ser desenvolvida a partir de muitas leituras, pesquisas e estudos deste universo mágico que é muito amplo, rico e infinito... Serão contadas histórias e os participantes terão um tempo para contarem suas histórias, trazer reflexões e identificar temas importantes para a definição do seu repertório. Considerando o tema deste 21º COLE, duas histórias árabes serão apresentadas e trabalhadas: “Os três surdos e o dervixe mudo” e “Os cegos e o elefante”.

4. Notas a partir do cinema africano e literatura afro-brasileira: uma proposta afinada para a prática docente - Raíssa Francisco dos Santos - Unicamp - Local: sala ED05 - Faculdade de Educação
Este minicurso tem como proposta discutir sobre as culturas africanas e afro-brasileiras a partir de contos e do cinema. Analisaremos as representações do feminino presente nos contos literários, bem como a educação e sua relação com a cultura tendo como referência os estudos de gênero e a importância das mulheres e os seus papéis nas religiões de matriz africana. A ideia é focar na prática docente e na diversidade cultural, lançando o olhar sobre uma nova perspectiva de estudos e trabalhos nas instituições de Educação Básica. Os contos literários inseridos e narrados neste livro abarcam histórias de Orixás Yoruba que são representadas como princesas, calcadas num discurso engajado na política do empoderamento das identidades negras, procurando provocar as suturas psíquicas necessárias para que as crianças sejam capazes de encontrar o caminho pleno da vida, valorizando sua singularidade.

5. As potencialidades dos livros de imagens para a formação de leitores e autores na educação infantil e ciclo de alfabetização - Bárbara de Oliveira e Nilza Cristina de Araújo - UFMT - Local: sala ED06 - Faculdade de Educação
Com o objetivo de contribuir para a compreensão da literatura infantil como arte e, em virtude disso, possuir uma força humanizadora na formação de crianças, jovens e professores propõem-se enfocar as inúmeras possibilidades e potencialidades dos livros de imagens para formação de pequenos leitores na educação infantil e leitores iniciantes, no 1º ano do Ciclo de Alfabetização. A fim de ampliar o repertório dos professores em relação ao conhecimento deste gênero literário e dos autores/ilustradores mais ou menos consagrados que se dedicam a essa vertente da literatura, selecionaram-se alguns títulos e autores a serem apresentados. Espera-se ampliar a compreensão dos participantes sobre a importância desse objeto cultural – livro de imagens – para a leitura visual pelas crianças da educação infantil e processo de alfabetização, uma vez a leitura de imagens possibilita a criatividade, a imaginação, a ampliação da oralidade e a criação de diferentes versões de uma mesma sequência narrativa.

6. Fractosferas ou de como fazer corpo com ecologias de práticas experimentais. Susana Dias e Sebastian Wiedemann (Unicamp) - Local: sala Multiuso - Casa do Lago
Imaginamos este espaço de encontro como um portas abertas do laboratório-ateliê que levamos adiante entre o grupo de pesquisa-criação multiTÃO (Unicamp - Labjor) e o Orssarara Ateliê. Um abrir as portas para a cozinha de nossos processos de criação que na interseção de afetos advindos de práticas singulares da arte, ciência e filosofia, isto é, advindos de ecologias de práticas experimentais, apostam na emergência de novos modos e lógicas de pensamento que se instauram no plano do sensível, como aquele plano onde se faz corpo com o mundo e o cosmos. Esta proposição de re-existência ecoa com os imperativos que a atual crise socioambiental nos impõe. A imanência com o mundo, onde cada gesto é um ato de fazer corpo, é uma prática que engravida o mundo a partir de fabulações especulativas onde cenários outros são experimentados. Abrir plasticidades no e do pensamento, que sejam mais dignas da propensão dos movimentos do mundo, que sejam mais maleáveis as modulações e individuações do vivente.

7. (Des)escritura e cosmogonia: iniciação à literatura como pós ontologia - Marcelle Ferreira Louzada e Marcelo Ariel, Unicamp - Local: sala ED07 - Faculdade de Educação
A oficina propõe um conjunto de práticas que irão possibilitar uma nova abordagem do fazer literário, em uma espécie de cosmogramática onde a língua se dobra sobre si mesma para criar mundos outros. Para tal, convida o participante-escritor à experiência da desescritura, que se trata de um processo que envolve o fenômeno literário em seus aspectos impessoais, onde o texto é visto como componente da própria vida, em suas expressões cosmogônicas e de um nomadismo psíquico-literário. Nesse percurso serão abordados diferentes autores que, de algum modo, desescreveram seus textos a partir de uma fenomenologia de si e do mundo, como Hakim Bey, Rimbaud, Clarice Lispector, João Guimarães Rosa, Carolina Maria de Jesus, Manoel de Barros e outros. Será abordado o vínculo entre a escrita e o corpo, o corpo e o cosmo, a poética e a metafísica como desenhos narrativos paradoxais e ontológicos dentro do fenômeno literário. .


8. Oficina de leitura, escrita e tecnologia para aprendizes surdos - Fernanda Beatriz Caricari de Morais e Lívia Buscacio INES - Instituto Nacional de Educação de Surdos - Local: sala ED09 - Faculdade de Educação
Esta proposta consiste em apresentar a base metodológica e as estratégias da oficina ofertada para educandos surdos da educação básica e do ensino superior no INES. O objetivo é o ensino de língua portuguesa por meio do uso de meios digitais, proporcionando um aprendizado da língua escrita no momento da interação e do uso em redes sociais e ambientes virtuais, através da Libras. Através da circulação da LIBRAS e da língua portuguesa escrita no navegar das redes, buscaremos estabelecer reflexões de caráter metalinguístico da língua portuguesa escrita em LIBRAS. Deste modo, a oficina é ministrada em LIBRAS e em língua portuguesa escrita, isto é, a LIBRAS comparece como língua na qual são discutidas questões pertinentes aos ambientes virtuais e também onde são produzidos saberes metalinguísticos sobre a língua portuguesa. Trabalha-se o ensino da língua portuguesa escrita para surdos de forma a investir na criticidade sobre a sociedade e as redes virtuais e sobre as próprias línguas.

9. O leitor buscador e reflexões sobre experiências de leituras digitais - Angeli Rose do Nascimento - CEDERJ/UNIRIO - UFRJ - Local: sala ED10 - Faculdade de Educação
O minicurso proporá reflexões iniciais sobre um perfil de leitor jovem, um “buscador”, explorando a interface entre os estudos em Pedagogia e Letras, construído a partir de aproximação feita entre as experiências de leitura de alguns jovens entrevistados, em pesquisa sobre literatura e ensino, e o perfil do mito literário de Don Juan, tendo como suporte teórico a teoria da leitura de Larrosa (1998) e o estudo do filósofo Soren Kierkegaard (1987) sobre o mito. Pretende-se levar o participante a reconhecer e a distinguir de modo sistematizado os perfis leitores que podem estar presentes no cotidiano escolar e na cibercultura (Levy,1999). O minicurso será desenvolvido em três breves módulos com objetivos específicos, a saber: a)identificar, por exposição, a teoria e categorias teóricas de análise para identificação de processos de subjetivação leitora; b)conhecer e comparar regimes de leitura em dois movimentos básicos, ler e ver, para objetos de leitura e aprendizagem diversos;c)conhecer e experimentar produções literárias digitais que se utilizam da intermedialidade para linguagens diversas.

10. O Cortiço e a cela - Elisande de Lourdes Quintino de Oliveira - Unicamp - Local: sala ED11 - Faculdade de Educação
A perspectiva deste trabalho é perpassar pelos encontros proporcionados pelas oficinas de leitura realizadas na Penitenciária Feminina de Campinas, com as alunas que participam do “Projeto Ciranda da Leitura: Lendo para Libertar” com o livro “O Cortiço” de Aluízio de Azevedo. As oficinas nasceram das vivências com as pessoas em privação de liberdade, nos seus encontros com os livros e nas narrativas construídas, na emoção da descoberta, no acontecimento, pensando a realidade através de novos dispositivos. A captura das vivências com a literatura, nesses espaços, se faz atravessada pelo aprisionamento, pelo ser multifacetado, pelo sonho de liberdade e pelas urgências. A potência dos pensamentos, das ações, das reações das participantes é capturada pela perspectiva da cartografia multiplicando as formas de conexão, das linguagens, e formas de abordagens, ampliando a análise e as formas de participação.

11. Linhas, grafismo e leituras dissidentes: da relação natureza/cultura às marcas na história - Sheila Daniela Medeiros dos Santos e Leticia Medeiros dos Santos - Universidade Federal de Goiás - UFG - Local: sala ED12 - Faculdade de Educação
Vigotski (1999), em “A Tragédia de Hamlet, Príncipe da Dinamarca”, ao preconizar o caráter diletante da concepção de crítica de leitor e ao pactuar nexos instigantes entre leitura e análise estética (inter)subjetiva, assevera que inexiste uma interpretação unívoca em uma obra de arte. Nesta linha de argumentação, uma obra de arte supostamente finalizada em sua forma permite eclodir infinitas leituras que coexistem de modo legítimo e lhe conferem abertura e movimento (Eco, 2013). Neste ínterim, uma obra de arte torna-se autônoma e realiza-se enquanto processo na participação do leitor. A partir destas proposições, o presente minicurso elege: o grafismo, com foco nas linhas que o compõem, como atividade teórico-prática a ser desenvolvida; e o contexto educacional, como cenário para problematizar e desvelar as leituras imagéticas que emergem de uma obra de arte e que transgridem paradigmas e lapsos de decifração, forjando o intraduzível.

12. Entre bancas de jornal, salões de beleza e a escola: as práticas cotidianas de leitura de adolescentes e mulheres na cidade de São Paulo - Patrícia Aparecida do Amparo - Faculdade Sumaré/ USP - Local: sala ED13 - Faculdade de Educação
Este minicurso objetiva apresentar a lógica das práticas cotidianas de leitura de adolescentes e mulheres oriundos de grupos sociais populares da cidade de São Paulo, dando a ver inteligibilidades próprias da leitura marcadas por suas experiências. Os dados apresentados vêm de pesquisas realizadas em nível de mestrado e doutorado a partir da perspectiva teórica de Roger Chartier e Pierre Bourdieu, autores que enquadram a leitura como prática social que repõe, na forma de apropriações da cultura, modos de classificação do espaço social e de si. Realizamos entrevistas densas com estudantes de ensino médio e mulheres, além de coletarmos mais de mil depoimentos escritos em redes sociais sobre os hábitos literários femininos. Identificamos espaços de circulação, títulos e sentidos que configuram um universo literário dissonante quando se consideram instituições como a escola e academia. Assim, o minicurso pode interessar aos professores, aos pesquisadores e a outros profissionais que querem conhecer e investigar as práticas e sentidos dados à literatura hoje a partir dos usos e sentidos próprios ao cotidiano de jovens e mulheres.

13. A escrita com saberes, sabores e cheiros da autoria feminina negra - Selma Maria da Silva- FAETEC/Instituto Superior de Educação do Rio de Janeiro - Local: sala ED16 - Faculdade de Educação
O objetivo é promover o encontro com a escrita de autoria feminina negra contemporânea brasileira. Destacaremos na escrita feminina negra as estratégias de escritura contrárias e distintas de quaisquer representações caricaturais e animalizações de mulheres negras. A linguagem autoral de mulheres negras brasileiras “anônimas ou não” buscam evidenciar a complexidade de suas existências sociais e políticas. Nas escritas temperadas pelo pertencimento étnico e de gênero questionam os paradigmas canônicos. O curso será divido em três etapas: no primeiro momento serão apresentadas a biografia e bibliografia das quatro autoras escolhidas para esta atividade – Geni Mariano Guimarães, Miriam Alves, Conceição Evaristo e Vilma Piedade; no segundo momento será proposto a leitura de trechos da seguintes obras - Da flor o afeto, da pedra o protesto (Guimarães, s/d), Enfim ...nós: Escritoras Negras Brasileiras Contemporâneas (Alves, 1995), Olhos d’água (Evaristo, 2016) e Doridade (Piedade, 2017); e por último uma leitura coletiva comentada dos trechos destacados.

14. Uma escuta sensível: a produção textual pela leitura das emoções e sentidos - Adriana Ofretorio de Oliveira Martin Martinez, Viviani Domingos Castro, Liliam Ricarte de Oliveira, Unicamp e Prefeitura Municipal de Campinas - Local: SD Bloco A - Faculdade de Educação
A aquisição da língua escrita vai além da decodificação simbólica e|ou sonora. Ela perpassa sentidos outros de constituição do sujeito leitor, como as emoções, as sensações e produção de sentidos. O presente minicurso constitui-se uma oportunidade de entrelaçar as sensações de ouvir, perceber, olhar, ou seja, a percepção relacional dos cinco sentidos humanos, em dinâmicas de percepção e criação verbal buscando a inserção do sujeito em um processo de criação textual seja ele poético ou não. Com isso, buscaremos dinâmicas de elaboração textual que estimulem vivências táteis, sonoras, sensitivas e motoras, balizados pelo referencial teórico-metodológico de uma atividade textual livre, com pressupostos nas ideias Frenetianas de criação linguística. Dividido em momentos específicos de experiência sensoriais, a criação do texto livre será um modo outro de entrelaçar estas vivências oportunizando ao autor-leitor, constituinte desse momento, ser produtor de uma escrita própria, explorando os diversos sentidos que um texto pode conter, seja ele vernáculo, sensório ou verbal.

15. Para além da sala escura - experimentações cinematográficas - Marina Mayumi Bartalini - Unicamp - Local: Congregação - Faculdade de Educação
A existência de claridade desafia a exibição de produções audiovisuais, que instituídas dentro da lógica do cinema tradicional, dependem do contraste com a escuridão. Esta oficina visa a experimentação com imagens e sons através da criação de videoinstalações em locais onde há luminosidade. A videoinstalação propõe a interação entre imagens, sons, corpos e lugares, explicitando a universidade como lugar atravessado por trajetórias humanas e não-humanas que se constituem e negociam devires outros em cada uma delas. Durante a oficina usaremos nossas câmeras e inventaremos filmes a partir de dispositivos de criação para depois pensarmos em possibilidades de intervenção com imagens e sons no espaço público por meio de um projetor portátil.